Dr. João Antonio Costa

Olá!

Bem vindo ao nosso blog. Aqui eu conto um pouco sobre minhas experiências dentro da Odontologia nos EUA e o Processo de Validação do Diploma de Odontologia nos EUA e minha jornada dentro da Boston University Henry M. Goldman School of Dental Medicine.

Espero que você aprenda bastante!

Ambiente multicultural

Ambiente multicultural

Criar formas diferentes para se comunicar acaba sendo uma ferramenta muito útil quando necessitamos estender nossa habilidade de se relacionar com diferentes culturas. Uma coisa interessante que aconteceu comigo recentemente reflete muito bem a forma com que a gente lida com situações muitas vezes não muito agradáveis em um ambiente multicultural como o que existe em tantos ambientes acadêmicos aqui nos Estados Unidos.

Acho que a primeira coisa a ser sempre lembrada é controlar aquela ânsia que se tem de sempre querer ter razão e ter sempre a última palavra. Por mais difícil que seja, aprender a ouvir é fundamental para poder ser ouvido. Não quero dizer aqui sobre aquele silêncio embaraçoso que acontece quando um comentário inesperado ou indesejado acontece. Manter-se em silêncio enquanto outro está falando é uma forma de demonstrar atenção e valorizar os interlocutores de maneira a validar suas ideias, mesmo que elas não sejam as mais válidas para aquela ocasião. Ontem mesmo estava contando para um colega uma história que aconteceu comigo quando estava na graduação no Brasil e, de repente, fui surpreendido com outra história sobre o que eu estava contando. A vontade da pessoa de ouvir e mostrar que a história dela era mais interessante que a minha acabou me mostrando que ou a minha história não tinha nenhuma relevância para ele ou que ela era uma história muito ruim — que ele nunca vai saber — ou que o meu desejo de contar a história não era tão grande.

A gente encontra pessoas que se comunicam de várias formas diferentes em ambientes multiculturais, e eu não digo nem a respeito do idioma falado. Alguns se mostram realmente muito interessados nas conversas em que participam. Outros se isolam e parecem viver em um mundo completamente abstraído da realidade que os cerca. Com o passar dos dias, a gente acaba encontrando os nossos nichos em um grupo tão grande como o que a Boston University oferece, mas a coisa que mais me atrai é a habilidade de poder navegar por cada um destes nichos de maneira discreta e discreta. Para conseguir este objetivo, o meu primeiro alvo foi guardar os nomes dos noventa e nove outros colegas da classe. É uma tarefa fácil? Não é. Mas, ao se querer, a gente consegue. No início, é até normal você começar uma conversa perguntando o nome da pessoa. Alguns deles não são tão fáceis de serem pronunciados, quanto mais lembrados. A coisa acaba ficando um pouco mais fácil quando os uniformes (scrubs) chegam e o nome de cada um está bordado no lado esquerdo do peito. Não tem como não ficar sem jeito, você falando com a pessoa e olhando ela no peito, como tentando algo quase impossível. Às vezes, a forma mais eficiente é engolir o orgulho e perguntar realmente o nome da pessoa, ou uma técnica que aprendi há muito tempo foi perguntar o nome completo dela. A gente descarta o sobrenome, repete o primeiro nome e torce para conseguir lembrar depois de 5 minutos de conversa.

Eles dizem que não há som mais agradável para uma pessoa do que ouvir o próprio nome e eu acho isso uma grande verdade. Quebrar a barreira do desconforto ou mesmo timidez chamando a pessoa pelo próprio nome dá uma vantagem muito grande para que os canais de comunicação sejam estabelecidos de maneira muito mais eficiente e duradoura. Depois de mais de seis meses vivendo diariamente com a classe, eu tenho a liberdade de me aproximar de qualquer grupo e poder conversar com quem está congraçado ali diretamente por seus nomes. Isso sempre oferece uma abertura grande por ambas as partes, oferecendo sempre um sorriso bem-vindo para se estabelecer uma conexão muito mais eficiente e sincera. Na pior das hipóteses, outra alternativa é perguntar como se pronuncia o nome — sempre ouço isso vindo de residentes de um país onde o nome “ão” não existe — e fico surpreso como pessoas oriundas de locais tão distantes do Brasil conseguem pronunciar meu nome de maneira tão perfeita. Os mistérios do mundo…

Lembre-se que viver em uma comunidade multicultural irá sempre trazer desafios e oportunidades. Quando você estiver pensando ou se preparando para mudar de vida mudando de país, é importante sempre lembrar que a bolha onde você vivia não existe mais e tudo ao seu redor irá se tornar mais desafiador com recompensas muito mais duradouras.

Um abraço e sucesso sempre!

Do Sonho à Realidade: Minha Jornada no Advanced Standing Program

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O Exame TOEFL na validação dos diplomas de dentistas brasileiros nos EUA.

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