Primeiro mês
Hoje completa um mês que as atividades escolares iniciaram. A primeira semana talvez não conte como um momento acadêmico, mas é considerado dentro do calendário escolar. Essa primeira semana foi composta por muitas apresentações, debates e gente se conhecendo. Todos muito alegres por estarem onde estão, muitas dúvidas surgindo, amizades começando e rivalidades brotando.
Brincadeiras a parte, este primeiro mês de aula deu para sentir um pouco do que é voltar para a escola depois de tanto tempo longe deste ambiente. Primeiramente porque tem sido um momento de muitas revelações para mim. E eu digo em nível pessoal. Eu estou conhecendo uma parte de mim que pensei nunca ter existido, que é justamente aquela parte que quer aprender mais e estudar. Hein? Como é? É isso mesmo. Por mais que eu queira negar eu nunca fui o primeiro aluno em lugar nenhum. Eu nunca tive o habito de sentar na cadeira e dedicar tempo de qualidade para rever aulas, fazer anotações e não deixar acumular matéria para antes das provas. Sabe aquele sentimento de “nossa, vou ter uma hora livre para estudar?”. Pois então, eu nunca tive, mas agora eu estou tendo… será o fim do mundo? O Armagedom está para acontecer? Um cometa está para cair sobre a minha cabeça? O mundo está chegando ao seu fim?
Talvez… mas se for para acontecer, só peço que seja depois de Agosto de 2025 quando eu já vou ter concluído o programa e já vou ter o Diploma na mão. Depois disto, qualquer coisa pode acontecer, ainda mais se for para ajudar a amortizar ou quitar o financiamento feito para pagar pelo programa, porque phew… vai ser intenso.
Ser um quinquagenário e voltar para a escola e o ambiente escolar é, no mínimo, uma condição diferente. Você está cercado por gente mais nova - alguns mais velhos, mas não tantos - com as mais diversas formas de experiência clínica. Bom, principalmente na minha turma que é composta de alunos já graduados em outros países e que agora buscam o Diploma nos Estados Unidos. Só que ao mesmo tempo, a gente tem contato com alunos da graduação, gente bem mais nova e que não tem nenhuma experiência clinica. Pensar que a gente está no mesmo nível acadêmico é no mínimo estranho. Estranho porque muito das coisas que eles ainda irão encontrar na vida profissional a gente mesmo já encontrou. Eu meço essa condição quando eu me lembro dos Residentes da NYU com quem eu tive o privilegio de interagir e o quanto eles sabiam e o quanto eles aprenderam durante os anos que passamos juntos.
De qualquer forma, voltar a ser aluno tem sido por enquanto uma experiência interessante. Seja por não deixar a matéria acumular, seja pelo desafio de por vezes ter que lutar para ficar acordado durante as aulas ou mesmo a ansiedade de encontrar matérias e assuntos que há tanto tempo eu não tenho contato, como periodontia. É sempre um dia de cada vez e isso com certeza não da para mudar. O negócio é usar o tempo da maneira mais eficiente para continuar sempre seguindo em frente.
Um abraço e sucesso sempre!
